Rio Cripto City: uma nova referência mundial em blockchain

A criptoeconomia oferece um enorme campo de possibilidades para o Rio de Janeiro

em 13/03/2023

Rio Cripto City: uma nova referência mundial em blockchain Rio Cripto City: uma nova referência mundial em blockchain

Por Iuri Campos*

O Rio de Janeiro, que completou 458 anos no dia primeiro de março desse ano, se tornou a primeira “Cripto City” do país. Ou seja, uma cidade aberta para a criptoeconomia, com diversas iniciativas de fomento para esse ecossistema, que buscam atrair novos empreendimentos, garantir a retenção e capacitação de talentos locais e gerar empregos. Junto com algumas outras regiões do mundo, a cidade tem tudo para se beneficiar do grande movimento financeiro que gira em torno dessa economia baseada no blockchain.

Esse novo modelo econômico pode parecer ainda distante da nossa realidade cotidiana, mas bitcoin, metaverso, contratos inteligentes, NFTs e outros termos ligados à criptoeconomia têm chamado a atenção não só de governos, mas de empresas. Uma pesquisa das consultorias CasperLabs e da Zogby Analytics, feita com 603 gestores nos Estados Unidos, Reino Unido e China, mostrou que 90% das empresas estão implantando blockchain nos seus negócios. Isso mostra o quanto essas inovações estão impactando a forma como fazemos negócios e até interagimos em sociedade.

Atento a essa tendência, o Rio de Janeiro está se movimentando para se tornar uma referência nesse novo momento da economia digital. Dentre as iniciativas, destacam-se a criação de um comitê municipal de criptoinvestimentos, a atração de empresas importantes do setor e o fato de se tornar a primeira cidade do Brasil a aceitar o pagamento de IPTU com criptomoedas.

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No início de fevereiro, a convite do Blockchain Rio Festival, mediei um painel no InvestSmart, evento de investimentos da XP, com expoentes da economia cripto do país e o consenso entre esses especialistas é que a criptoeconomia oferece um grande potencial de crescimento para a cidade. Um outro destaque citado nesse evento é a criação do Porto Maravalley, um polo de tecnologia na zona portuária que tem como objetivo se tornar o maior hub de educação e inovação do país.

Além de atrair empresas do setor para a região, o Porto Maravalley também contará com a presença do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA) e de outros programas, como a iniciativa Programadores Cariocas. O objetivo é contribuir com a capacitação da população, especialmente dando oportunidade para jovens com pouco acesso à tecnologia, oferecendo novas oportunidades de entrada no mercado de trabalho.

Outro exemplo de cidade cripto é Miami, que, em 2021, chegou a anunciar a distribuição de um rendimento em bitcoin para seus cidadãos, a partir da valorização da sua própria criptomoeda, a Miamicoin. No longo prazo, o prefeito da cidade, Francis Suarez, disse que a abordagem poderia potencialmente eliminar a necessidade de impostos.

E aqui vale a atenção para a necessidade de dosar o entusiasmo e de avançar com cautela nessas iniciativas. Em 2022, com o declínio do mercado cripto, a moeda chegou a despencar 90%, lesando algumas pessoas que resolveram apostar na sua valorização. Para avançar nesse novo paradigma econômico-tecnológico, é importante aprender com os desafios e oportunidades que estão sendo apontados por essas experiências. Quem sabe, com isso, o Rio de Janeiro possa ter a sua própria criptomoeda no longo prazo, mas sem o intuito especulativo, e sim de facilitação para algumas transações?

Com todo esse campo de possibilidades aberto, o Rio de Janeiro pode se tornar uma referência mundial no blockchain, trazendo investimentos e atraindo capital humano para a região. Fiquemos atentos aos desdobramentos dessas iniciativas citadas e a todas outras que ainda vão surgir.

*Especialista de Conteúdo da Casa Firjan e apresentador do podcast Lab de Tendências