Empresas mostram o que já estão fazendo para proteger os funcionários do coronavírus

Palestra transmitida online apresentou cases

19/03/2020

Empresas mostram o que já estão fazendo para proteger os funcionários do coronavírus Empresas mostram o que já estão fazendo para proteger os funcionários do coronavírus

A sua empresa está preparada para enfrentar os desafios impostos pelo novo coronavírus? Quais medidas preventivas e de mitigação têm sido adotadas diante da pandemia? Com o objetivo de difundir informação qualificada sobre o tema, a Casa Firjan promoveu, nesta quarta-feira (18/03), edição especial do Aquário com a palestra “Covid-19: Tendências e Estratégias de Recursos Humanos e Saúde Corporativa nas Empresas”. O evento, transmitido online e sem plateia – respeitando as orientações de distanciamento social –, reuniu profissionais de RH e de saúde para debater o assunto e compartilhar as estratégias utilizadas nas organizações.

Assista na íntegra:



Carlos Magno, gerente geral de Negócios da Firjan SESI SENAI, sublinhou que a federação entrou em campo desde cedo para ajudar no enfrentamento do coronavírus. “Nossa defesa é pela vida das pessoas e pela recuperação de um bom ambiente de negócios, sobretudo para as micro, pequenas e média empresas, responsáveis por tantos postos de trabalho. Por isso, agimos diretamente fornecendo informações essenciais para superar esse momento”, afirmou.



Ivani Silveira, diretora de RH da Ternium Brasil, contou que a empresa começou a tomar medidas antecipadamente para gerenciar a crise. “Temos cerca de 8 mil trabalhadores circulando em nossas usinas, incluindo terceirizados. Já criamos um comitê que se reúne para acompanhar a situação. Essa é uma crise que afeta a todos. Iniciamos com medidas de reforço de higiene, suspensão de viagens internacionais e eventos”.



De acordo com Ivani, grande parte dos funcionários do grupo já está trabalhando remotamente. A Ternium também criou canais eletrônicos para envio de atestados, de modo a evitar ao máximo o fluxo de pessoas, além de reorganizar mesas em seus refeitórios. Para os funcionários que comparecem fisicamente, o cuidado foi redobrado com a medição de temperatura diária. Quem apresentar sinais de febre, é dispensado e monitorado, por precaução.



Gestão de funcionários com patologias crônicas



A Michelin também adotou o home office, com foco especial nos seus funcionários com patologias crônicas. “Temos uma gestão de crônicos; fizemos um rastreamento dessas pessoas. O mesmo ocorre com as gestantes. Nosso intuito é preservar quem está em maior risco”, frisou Marcelo Mello, coordenador de Saúde Corporativa da América Latina.



A empresa, que tem ônibus especiais para transporte de seus funcionários até as fábricas, também investiu na otimização dos processos de higienização dos veículos e no aumento da frequência das viagens, a fim de diminuir a quantidade de pessoas no mesmo espaço.



Além do trabalho remoto, Daniele Salomão, vice-presidente de Gente e Gestão na Energisa, ressaltou a importância das empresas atentarem para os mecanismos trabalhistas que podem ser acionados, como férias vencidas e banco de horas. “Nós acionamos tudo o que estava ao nosso alcance. E, claro, também aderimos ao teletrabalho. Muitos aspectos precisam ser avaliados nesse momento, incluindo o quanto a empresa está preparada em termos de tecnologia de informação para prover condições para que esse trabalho seja realizado de casa”, argumentou.



Comunicação e educação como armas



Estratégia unânime em todas as organizações presentes, a comunicação também tem sido uma aliada importante no combate à epidemia. Canais específicos para dúvidas e mecanismos de Whatsapp para notificação de casos suspeitos são algumas das estratégias adotadas. “Principalmente em tempos de fake news, o estabelecimento de canais oficiais de informação é imprescindível. É importante não disseminar o pânico entre as pessoas. Verificar as informações nesse sentido é determinante”, reforçou Daniele.



Para José Barros, virologista e pesquisador em Saúde Pública do Laboratório de Virologia Molecular do Instituto Oswaldo Cruz (IOC-Fiocruz-RJ), a epidemia deixará grandes aprendizados. “A adoção de medidas preventivas de higiene precisa ser algo permanente e não somente priorizado quando algo dessa gravidade acontece. A empresa deve capacitar seus funcionários de acordo com as diretrizes que ela considera essenciais internamente. A educação é o principal; educar para capacitar, visando à manutenção da qualidade e da saúde do trabalhador”, destacou.